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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SPE inicia formatação da Semana da Consciência Negra 2010


Na manhã desta sexta-feira (27), na sede da Secretária de Projetos Especiais (SPE), ocorreu a primeira reunião para formatação da programação da Semana Municipal da Semana da Consciência Negra 2010, que transcorre de 14 a 20 de novembro. Para o encontro, a Coordenadoria do Afrodescendente da SPE convidou representantes de entidades que trabalham com a temática afro.
Neste primeiro momento, foi nomeado como coordenador da Semana 2010, João Fernando Rodrigues, gestor da Coordenadoria Afrodescentente da pasta. Outra decisão tomada na reunião foi a que todas as quartas-feiras, às 17h,na sede da SPE (Marechal Deodoro, 979) serão realizados encontros com o mesmo objetivo.
Da reunião participaram representantes do Grupo de Apoio ao Esporte e a Cultura (GAEC), Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo, Fórum Social do Movimento Negro de Pelotas, Liga Estadual de Umbanda e Cultos Afrobrasileiros, Secretaria Municipal de Cultura (Secult), New Life Produções, além do apoio das Coordenadorias da Mulher e do Idoso da SPE.
A New Life Produções já anunciou que realizará o Concurso Mais Bela Negra e Mais Belo Negro durante a Semana, para integrar o Calendário de eventos. A Coordenadoria da Mulher, bem como a do Idoso, ambas sob a tutela da responsável interina, Maria José Garcia, anunciou que realizará atividades voltadas à saúde de idosos e mulheres afrodescendentes durante a programação.
Os participantes e organizadores salientaram a importância da participação de representantes das entidades. “Este é o momento de construir de forma articulada um calendário amplo para atingir toda comunidade”, lembrou Maria José.

fonte: Secom

sábado, 28 de agosto de 2010

Movimento Black Rio comemora 40 anos em Belo Horizonte


A música negra ganha merecido festão neste fim de semana, promovido pelo Fest Afro Brasil, que celebra o cinquentenário da independência de 17 países africanos. Os shows louvarão a riqueza de ritmos que o Continente Negro espalhou pelo mundo, como reggae, samba, soul, jazz, rap e – claro – nossa boa e velha MPB, a música preta brasileira.

Vários artistas subirão ao palco montado no Parque Municipal. A festa de amanhã, na certa, vai acabar em baile, pois serão homenageados os 40 anos do Movimento Black Rio. Surgido nos subúrbios da Cidade Maravilhosa na década de 1970 – na trilha de James Brown, da revolução de costumes e da luta contra o racismo –, dali saiu o soul brasuca de Tim Maia, Cassiano, Hyldon, Carlos Dafé e Tony Tornado. A onda carioca contaminou o país (e a MPB) com seu invejável suingue.

Amanhã à noite, BH receberá a “versão século 21” da antológica Black Rio, banda setentista conhecida por seu particular funk instrumental verde-amarelo, com pitadas de jazz, soul e sambalanço, cultuado nas pistas londrinas nos anos 90. William Magalhães, filho do pioneiro Oberdan Magalhães, fundador do conjunto, está à frente da empreitada.

Convidado especial dos rapazes, o cantor, compositor e dançarino Gerson King Combo vai comemorar meio século de soul. Com os “hinos” Mandamentos black e Funk brother soul, o veterano incendiou pistas de décadas atrás. O tempo passou, mas ele continua cultuado pela moçada sangue-bom que ama – com força – James Brown. O show começa às 22h.

Antes, às 19h, se apresentam os rappers Dokttor Bhu e Shabê, acompanhados da banda Kilombando e do DJ Roger Dee. Às 20h, Dona Jandira canta clássicos de Lupicínio Rodrigues, Ary Barroso e Ataulfo Alves. Às 21h, Tom Nascimento mostra TecnoGroove.

Kora Hoje, a festa começa às 19h. O mineiro Mestre Jonas abre a noite, interpretando suas composições – algumas delas gravadas por Chico César, Nei Lopes e Hermínio Bello de Carvalho, entre outras feras. Às 20h, Celso Moretti mostra seu reggae e comemora três décadas de carreira.

Às 21h, estreia nos palcos da capital o senegalês Zal Idrissa Sissokho. Ele vai apresentar aos mineiros o som da kora, espécie de harpa africana, e canções do povo mandinga. Às 22h, os mineiros Sérgio Pererê e Play dividem palco. O paulistano Rappin’Hood, a partir das 23h, canta seu rap engajado, conhecido por dialogar com a MPB.

FEST AFRO BRASIL
Hoje – 19h: Mestre Jonas. 20h: Barraco de Aluguel e Celso Moretti. 21h: Zal Idrissa Sissokho. 22h: Sérgio Pererê e Play. 23h: Rappin’ Hood
Amanhã – 19h: Dokttor Bhu, Shabê, Kilombando e DJ Roger Dee. 20h: Dona Jandira. 21h: Tom Nascimento. 22h: Banda Black Rio e Gerson King Combo. Parque Municipal, Avenida Afonso Pena, s/nº, Centro. Ingressos: R$ 10

fonte:africas.com.br

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Feira quilombola debate a igualdade racial




Negra Li, Sandra de Sá e o rapper MV Bill estarão em Curitiba nesta semana para shows durante a I Feira Quilombola do Paraná.

Negra Li, Sandra de Sá e o rapper MV Bill estarão em Curitiba nesta semana para shows durante a I Feira Quilombola do Paraná. Realizada em conjunto pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), por meio do Sesi-PR, e o Instituto Adolpho Bauer, de Curitiba, a feira acontece no Cietep, sexta-feira e sábado (27 e 28) e reunirá programação cultural, debates e reflexão sobre a questão dos quilombolas e uma grande exposição de produtos das 86 comunidades existentes no Paraná. Os shows com os artistas afro-brasileiros acontecem no Teatro Sesi/Cietep. O primeiro é da Negra Li, que se apresenta às 20h30 de sexta-feira. No sábado, às 16 horas, é a vez de MV Bill. O show de Sandra de Sá começa às 20h30 de sábado. Os ingressos custam R$ 43,00 e R$ 23,00 (estudantes e terceira idade) para os shows de Negra KLi e o MV Bill. Os ingressos para o show de Sandra de Sá custam R$ 80,00 e R$ 40,00. Todos podem ser adquiridos pelo Disk Ingresso, através do telefone (41) 3315-0808 e quiosques nos shoppings Mueller, Estação e Total. Informações: 0800-648-0088.
Selo Quilombola — As atividades começam às 10h30 de sexta-feira. A abertura oficial será às 14 horas, com a presença da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes; do governador Orlando Pessuti; do secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo; do secretário Nacional de Relações Institucionais, Alexandre Rocha Santos Padilha; do presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures; do presidente da Federação Quilombola do Paraná, Antonio Carlos de Andrade Pereira, além de líderes do movimento negro paranaense e brasileiro, artistas e intelectuais ligados à questão da equidade de raça e gênero. Na solenidade haverá o lançamento do “Selo Quilombola”. O selo foi criado em 2009, pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção à Igualdade Racial, para certificar a origem e a qualidade dos produtos fabricados pelas comunidades quilombolas de várias regiões do País e promover o afro-empreendedorismo e a auto-sustentabilidade desses núcleos. O Paraná é o primeiro a adotar o selo regionalmente. Na abertura do evento serão lançados, também, o Curso de Qualificação Profissional para pessoas das comunidades quilombolas e o Curso para Afroempreendedores, que serão ofertados pelo Sesi e o Senai Paraná.
Segundo o coordenador do Instituto Adolpho Bauer, Adilton de Paula, existem no Paraná 86 comunidades quilombolas. “O evento vai ajudar a dar visibilidade ao que elas produzem, bem como mostrar, ao conjunto da sociedade, a importância da cultura negra na construção da história brasileira”, diz Adilton. O encontro discutirá os temas: Quilombos, Cidades Inovadoras, Conhecimento Econômico e Desenvolvimento Territorial Sustentável (sexta-feira, às 10h30); Quilombos, Estatuto da Igualdade Racial, Trabalho e Promoção de Igualdade (sexta, às 18h30); Desafios da Lei 10639, Educação Quilombo e Educação para a Paz (sábado, 10h30); Juventude, Cultura e Desenvolvimento Sustentável (sábado, 17h15). A programação completa está no site www.sesipr.org.br

SERVIÇO
Primeira Feira Quilombola do Paraná
Data: 27 e 28 de agosto de 2010
Horário: 10 às 18 hs
Local: Cietep – átrio 2
Endereço: Av. Com. Franco, 1341 – Jardim Botânico – Curitiba/PR

PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira (27.08) às 10 h
Capoeira (Mestre Sergipe) às 10h30
Mesa Redonda:
Quilombos, Cidades Inovadoras, Crescimento Econômico e Desenvolvimento Territorial Sustentável
Movimento de Mulheres Negras às 11h45
Apresentação Cultural às 14 h
Abertura Oficial
Lançamento do Selo Quilombola, do Curso de Qualificação Profissional e o Curso de Afroempreendedores.
Representantes de países africanos às 16 h e 17 h
Apresentação Cultural às 18 h
Banda Gafieira Universal às 18h30

Mesa-Redonda
Quilombos, Estatuto da Igualdade Racial,
Trabalho e Promoção de Igualdade
Fund.Cultural Palmares às 20h30
Show Musical: Negra Li
Sábado (28.08) às 10 h
Capoeira Grupo Muzenza às 10h30

Mesa-Redonda
Desafios da Lei 10639, Educação Quilombo e Educação para a Paz.
Sesi Paraná 11h
Peça teatral “Pixaim”14h
Grupo Hip Hop “Notas de Honra”14h45
Banda MUV16h
Show MV Bill17h15

Mesa-Redonda
Juventude, Cultura e Desenvolvimento Sustentável
MV Bill
Fundação Cultural Palmares
Secretaria Nacional da Juventude 18h15
Roda de Tambores20h30. Show Sandra de Sá

fonte:africas.com.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Candidatos participam de debate com a comunidade negra gaúcha


Evento foi uma promoção dos clubes sociais negros do Estado em parceria com lideranças do Movimento Negro

"Diálogos para a promoção da Igualdade Racial" foi o tema do evento que reuniu entidades e lideranças do Movimento Negro do Rio Grande do Sul, autoridades e candidatos nesta quinta-feira (05/08), na Sociedade Satélite Prontidão, em Porto Alegre. O encontro foi organizado em conjunto Movimento de Clubes Sociais Negros em parceria com lideranças das religiões de Matriz Africana e do Movimento Negro.

A mesa de debates contou com a participação do senador da República Paulo Paim, do ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal, Eloi Ferreira de Araujo, do candidato do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Estado do RS, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, do deputado estadual e presidente estadual do PT, Raul Pont, do presidente da Sociedade Satélite Prontidão, Nilo Feijó. Também estiveram presentes o presidente do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra do RS (Codene), Victor Hugo Amaro, o representantes do RS na Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros, Luis Carlos de Oliveira, que também é vice presidente da Associação Floresta Montenegrina de Montenegro, a Ialorixá Sandra Bueno e o representante do Movimento Hip-Hop, o rapper PX.

Prestigiaram a atividade candidatos à vagas para a Assembléia Legistiva gaúcha e para a Câmara dos Deputados.

Debates

A trajetória e a luta da comunidade negra para a criação até a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial pelo Congresso Nacional foi exaltada pelo ministro da Seppir, Eloi Ferreira e pelo senador e candidato à reeleição, Paulo Paim.


O candidato ao Governo do Estado, Tarso Genro, parabenizou a organização do evento e salientou a implementação da política de cotas nas universidades federais, através do ProUni, quando foi ministro da Educação e do Pronasci, no Ministério da Justiça, que atua com a segurança cidadã, envolvendo jovens das periferias.

Os representantes do Movimento Negro enfatizaram a necessidade do apoio do Poder Público para as manifestações e entidades religiosas e culturais afrobrasileiras, bem como para a formulação de políticas públicas de igualdade racial no Estado, que contemplem a população negra.

Clubes Sociais Negros
O movimento Clubista envolve um número aproximado de mais de 100 clubes sociais negros, distribuídos em diversas cidades do Brasil, tendo no Rio Grande do Sul sua maior expressão com 55 dos clubes da federação. Entre estas entidades, algumas já completaram mais de um século de história como reduto permanente da cultura e hábitos dos negros de nosso país.

Conforme descreve o poeta e historiador Oliveira Silveira, “os Clubes Sociais Negros são espaços associativos do grupo cultural étnico afro-brasileiro, originário da necessidade de convívio social do grupo, voluntariamente constituído e com caráter beneficente, recreativo e cultural, desenvolvendo atividades num espaço físico próprio”.

Texto e fotos:
Lisandro Láercio Rangel Paim - jornalista/RS - MTE 12878
Presidente da Associação Cultural e Beneficente Seis de Maio - Gravataí/RS
Coordenador Região Metropolitana Movimento Clubes Sociais Negros/RS
Secretário Municipal de Comunicação substituto - Gravataí/RS
Contatos: (51) 81063486 / e-mail: lisandro_rpaim@yahoo.com.br

domingo, 1 de agosto de 2010

Abdias do Nascimento Rebate a Tentativa de Manipulação Por Parte da SEPPIR


Brasília - O ex-senador Abdias Nascimento, 96 anos, o maior ícone vivo do Movimento Negro Brasileiro, não gostou da tentativa de manipulação feita pela Coordenação de Comunicação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que apresentou uma carta sua datada de 20 de julho como parte da propaganda em favor do texto do Estatuto aprovado pelo Senado e sancionado pelo Presidente da República.

Em outra carta enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro chefe da Seppir, Elói Ferreira de Araújo e ao senador Paulo Paim (PT-RS), o velho líder é incisivo. “A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de euforia ou ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto prevaleceu o peso das forças contrárias ao ponto de descarecterizá-lo de forma significativa”, afirma.

Sobre o texto, Abdias acrescenta que “é mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim”. Mas, o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimento social já conseguiu construir”.
Fonte: Afropress

Veja, na íntegra a carta enviada por Abdias

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2010.
Carta Aberta aos Excelentíssimos Senhores
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República
Elói Ferreira de Araújo, Ministro Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Paulo Paim, Senador da República,

Ao ato de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, tive ocasião de dirigir a Vossas Excelências, e à todos os presentes àquela cerimônia, uma saudação respeitosa reconhecendo possibilidades que a nova legislação oferece. A Seppir publicou o texto em seu site caracterizando-o como aplauso.

Minha mensagem homenageia as pessoas que atuaram durante uma década com competência, compromisso e dedicação na construção do projeto, observa a intervenção de forças políticas contrárias no conteúdo do Estatuto; constata que mesmo assim ele constitui uma referência jurídica de apoio a ação social em busca de reais avanços; afirma que o movimento negro continuará a sua luta; oferece aos ativistas desse movimento palavras de incentivo e axé.

Senhor Presidente, Senhor Ministro, Senhor Senador,

A sanção do Estatuto nos termos negociados não me inspira qualquer sensação de alegria, euforia e ufanismo, e muito menos de vitória. Todos nós sabemos que, no processo de negociação do texto, prevaleceu o peso de forças contrárias ao ponto de descaracterizá-lo de forma significativa. Em aspectos específicos seus dispositivos estão aquém do alcance de ações já existentes. Ficamos com um conjunto de princípios gerais enunciados em linguagem de notável confusão conceitual. É mais do que tínhamos antes, sim; é uma referência jurídica nova, sim. Mas o ganho é ínfimo diante das justas demandas da população negra e diante dos próprios avanços que o movimentos social já conseguiu construir.

A substituição da palavra “racial” pela palavra “étnica” em todo o texto reflete a triste permanência da ideologia racial que nos oprime há meio milênio. Arautos da continuação de privilégios raciais encastelados por meio da discriminação hoje inventam um absurdo imaginário em que os alvos dessa discriminação se tornaram culpados de um suposto racialismo. Os inventores de tal imaginário manipulam o ingênuo senso comum e popular de igualitarismo, tão equivocado quanto é caro à identidade nacional. A má fé desses manipuladores se manifesta em ataques covardes difundidos pelo poder da grande imprensa contra intelectuais dignos como o professor Kabengele Munanga, cuja boa fé ninguém em sã consciência consegue duvidar.

Não me cabe apoiar ou aplaudir a legislação do país. Cabe-me sim, apoiar e aplaudir as forças políticas que se dedicam a combater o racismo. Isto eu farei sempre.

Atenciosamente,
Abdias Nascimento

Cresce mobilização em defesa do voto negro e anti-racista


S. Paulo - A frustração de setores expressivos do ativismo com o acordo que resultou na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, desfigurado e transformado em alvo de marketing, está provocando uma inédita reação no Movimento Negro Brasileiro que passou a defender com mais ênfase o voto negro e anti-racista nas eleições de 03 de outubro deste ano.

O exemplo mais eloqüente disso são as duas iniciativas programadas para a primeira quinzena de agosto, quando efetivamente começa a campanha, com a veiculação da propaganda eleitoral gratuita na TV.

Segundo o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil – 2007/2008, do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais, e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER), coordenado pelo economista Marcelo Paixão, da UFRJ, dos 513 deputados eleitos nas eleições passadas, apenas 11 eram negros – 10 homens e uma mulher – e 35 pardos, 33 homens e duas mulheres.

No total, os negros (pretos e pardos) foram apenas 46 deputados – 43 homens e três mulheres, o equivalente a apenas 9% dos deputados eleitos. Em 2.006, pretos e pardos representavam 49,5% da população brasileira. Atualmente, segundo dados do IBGE, são 51,3% da população brasileira.

Para onde vai o voto?

O Movimento Negro Unificado (MNU) e mais entidades como a CONLUTAS, o MST, a Intersindical, o Tribunal Popular, o Círculo Palmarino, o Coletivo de Entidades Negras, a FORJUNE, e a Abraço – Associação de Rádios Comunitárias, além da Frente Negra e Popular em Defesa dos Territórios Quilombolas, promovem no dia 13 de agosto na sede da APEOESP, centro de S. Paulo, debate sobre “Prá quem vai o voto negro e popular (Nulo, útil ou na esquerda?).”

Na primeira semana, será a vez da Educafro, a Rede de Cursinhos Pre-Vestibulares, dirigida pelo Frei David Raimundo dos Santos, que promove debate com candidatos negros, na sede da entidade, à Rua Riachuelo Centro de São Paulo.

Para terem chance de receber apoio dos ativistas, os candidatos terão de assumir os compromissos contidos na Carta–Compromisso com a População Afro-Brasileira.

Entre os compromissos estão o da reserva de vagas para pobres e negros nas universidades públicas, e a defesa de projetos com cota mínima a ser definida segundo o IBGE, para afro-brasileiros nos cargos de confiança dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como em todos os escalões da Administração Pública.

Sub-representação

Segundo o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais, e Estatísticas das Relações Raciais (LAESER), 87% dos parlamentares eleitos em 2.006, eram brancos; 0,8% amarelos e 3,3% não se auto-classificaram. Nenhum parlamentar se assumiu indígena.

No caso das mulheres, o Relatório aponta apenas uma mulher negra, correspondendo a 0,2% e duas pardas 0,4%. No total, pretas e pardas representavam apenas 0,6% dos deputados, para uma população correspondente a 24,8% da população.

Vazio nos Partidos

No Senado, a situação não era diferente: 76 dos 81 senadores eram brancos (93,8%), somente quatro pardos e apenas um negro. Senadores pretos e pardos eram apenas 6,2%. Todas as 10 senadoras eram brancas (12,3%).

O Relatório das Desigualdades também aponta a sub-representação negra nos partidos: No PMDB, 93,3% é de brancos;no PT, 83,1%, PSDB, 92,4%, no PFL (DEM) 86,2%, no PTB, 95,5%, PDT, 87,5%, no PPS 81,8% e no PSB, 96,3%.

Mais preto no branco

A exemplo do que fez há quatro anos com o lema “Mais preto no branco da política”, a Afropress, passa a abrir espaço para a campanha nacional pela eleição de parlamentares negros e anti-racistas nas eleições de 3 outubro.

O objetivo é aumentar a representação parlamentar negra e de deputados comprometidos com a defesa do combate ao racismo, a adoção de ações afirmativas e cotas na Educação e no mercado de trabalho, a denúncia da intolerância religiosa e da escalada de violência que atinge a juventude negra nas periferias das grandes cidades.

Semanalmente será reservada matéria especial sobre eleições com entrevistas com candidatos negros e anti-racistas, comprometidos com a defesa da igualdade e com o aprofundamento da democracia no Brasil.
Fonte: Afropress

Censo inicia nesta segunda feira dia 2 de agosto, afirme sua NEGRITUDE



Quantos somos? Quem somos? Como vivemos? Quem emigrou? Quem imigrou? Onde estamos? Estas e outras perguntas serão respondidas no Censo 2010 e o resultado nos dirá como é a cidade, o Estado e o país em que vivemos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inicia em todo o país, no dia 2 de agosto a coleta de dados junto a milhões de residências de Norte a Sul do Brasil. O prefeito Fetter Júnior (PP) será o primeiro a receber o recenseador, na segunda, 2 de agosto, data da abertura do Censo 2010.

Daiane Ferreira Pinheiro, 26, e Elvino Araújo Pinheiro, 29 residem com os filhos no extremo Norte de Pelotas, junto à BR-116, quilômetro 493, na divisa com Turuçu, há dois anos e serão uma das famílias a receberem os recenseadores. Distante dos Pinheiro está Jorge Luiz Chagas Oliveira, 47, que mora no extremo Sul há mais de 20 anos, na rua Alberto Rosa, número um, com o filho Rainã Oliveira, 6.

Na reportagem especial do jornal Diário Popular de domingo (1°) o leitor poderá conhecer um pouco mais sobre o trabalho dos recenseadores, que terão a importante tarefa de definir o perfil do brasileiro.
fonte: Diário Popular